Refletindo sobre O Pequeno Príncipe

Hoje falarei sobre O Pequeno Príncipe, esse foi o livro da minha infância, o primeiro que li depois que aprendi a ler de verdade.. rs e quando eu pensei que seria impossível me apaixonar ainda mais por ele a vida me surpreendeu com o filme mais lindo e doce que já assisti.

Talvez por repassar a mensagem mesclando a situação atual do mundo em que vivemos sem se perder da história original. Uma coisa é certa, os sentimentos, e o que realmente é essencial em nossas vidas não muda, e permanece invisível aos nossos olhos.. mas quantos de nós conseguem ver com o coração?

O filme mostra de forma sutil a forma como lidamos com as perdas, as decepções, com as metas, com os deveres e esfrega em nossas caras o quanto de vida estamos perdendo trancados em nossos mundinhos limitados buscando apenas o que é “essencial” para sobreviver.

É fato, precisamos crescer, o tempo passa, as contas, as responsabilidades, as convenções, as cobranças chegam, mas porque deixamos nossa essência e nossos sonhos se perderem? Por que permitimos que ser adulto mate a nossa criança interior, por que precisamos tanto provar para o mundo que somos alguém sem nem mesmo saber quem somos, ou sequer quem queremos, ou queríamos ser.

Estamos sempre buscando algo, e não paramos para vivenciar e nos deliciar com as coisas que estão ali, disponíveis para serem vividas naquele momento. Planejamos e calculamos nos mínimos detalhes o nosso futuro, o quanto precisamos trabalhar, o quanto precisamos receber, sabemos como está a economia, a política, quantas pessoas morrem por dia e não prestamos atenção que quem está ao nosso lado pode estar precisando de um abraço, de um sorriso, ou de um olá…

Não temos tempo de olhar para o céu e ver se a lua está bonita, ou se o céu está estrelado… não agradecemos pelos dias de sol, muito menos pelos dias de chuva. Temos espetáculos gratuitos diariamente, de amor, de natureza, de vida… mas estamos ocupados demais contabilizando quanto dinheiro temos no banco e como podemos fazer para que ele se multiplique cada vez mais… e como diz no filme, para que?

Algumas pessoas só prestam atenção a isso quando perdem, quando aquelas pessoas não mais estão ali, quando elas vão embora, quando se cansam, ou se transformam em estrelas… só se lembram do que é essencial quando isso já se perdeu…

Quantos de nós permitimos que nos cativem? Quantos de nós preferem evitar sentimentos? Quantos de nós adiamos a vida tentando ganhá-la?

Já pensei muito que eu era errada em viver tão intensamente as coisas, os sentimentos, as sensações, estar presente de verdade em cada momento que eu vivi, talvez ser tão apegada a essa história tenha me feito ser assim… Cada instante nosso é precioso, e por isso gosto de vivê-los e me entregar a eles, como se fossem os últimos, e citando Lulu Santos, se amanhã não for nada disso caberá só a mim esquecer, tendo a certeza que fiz o melhor que pude sempre.

Cada pessoa que passa por nossas vidas é importante, tem sua influência na nossa história, quando elas se vão elas não são esquecidas, mesmo que nunca mais as vejamos, nunca mais possamos falar com elas, e por isso é importante que sempre as deixemos com palavras de amor, de carinho, que evitemos ao máximo magoá-las… não há como saber se haverá uma outra oportunidade.

O Pequeno Príncipe me ensinou mais uma vez que as pequenas coisas, os momentos bobos, de sorrisos frouxos, conversas moles, as brincadeiras e os gestos e mimos simples… é isso, são esses instantes que fazem com que a nossa vida tenha valido a pena.. Buscar os sonhos grandes é importante… mas o gostoso da vida é se entregar e viver bem o que achamos que são só detalhes… precisamos aprender a nos deixar cativar, a deixar de jogar com o coração, e principalmente a sentir as pessoas como elas são, e não pelo que elas possuem. Aprenderemos assim o verdadeiro sentido da vida, saberemos o que realmente tem valor. Que nossas rosas não morram por falta de amor, de cuidado, por abandono… e principalmente que saibamos reconhecer nossas rosas, que as reconheçamos no meio de outras cinco mil rosas e que possamos dedicar tempo a elas.

” C´est le temps que tu as perdu pour ta rose qui fait ta rose si importante”.

* Assistam gente… eu fiquei muito emocionada, e saí até meio aérea do cinema (e meus olhos estão enchendo de água enquanto eu escrevo aqui rs)… não percam essa oportunidade!

*Já vou ler o livro novamente, saí de lá louca para mergulhar novamente naquelas páginas… =)

Lívia Monteiro é escritora, produtora de eventos, especialista em gestão cultural e MBA em Gestão de Projetos com aprofundamentos em Dragon Dreaming, Facilitação de processos e Otimização do tempo. Adora falar sobre moda, filmes/séries, livros e viagens. Atualmente está em processo de criação de um novo projeto de autoconhecimento e crescimento com a AmaiLuz Terapias e atua como analista de Marketing Digital e blogueira Modacad.