Uma pitada de Marilyn Monroe

Hoje essa diva completaria 90 anos… em sua breve vida,  Norma Jeane Mortenson, viveu de aparências, não porque quisesse, mas porque se emaranhou tanto nas teias da fama que já não havia mais formas de escapar.

Admiro muito sua história, sua impetuosidade, elegância, sensualidade transbordante… mas acredito que Marilyn era muito mais que seus lindos lábios vermelhos, olhos azuis bem delineados e cabelos platinados, é uma pena que tenha sido tão curta sua trajetória, curta, porém intensa.

Com infância difícil Marilyn morou em orfanatos dos 9 aos 11 anos de idade, aos 16 anos se casou para não ter que voltar ao orfanato. Iniciou a carreira como modelo pin-up e pouco tempo depois se tornou atriz de cinema. Mas mesmo já sendo linda, a diva precisou passar por cirurgias plásticas no nariz e no queixo, além de clarear os cabelos. Deu vida a muitas personagens estereotipadas, como loira burra, mulheres interesseiras, sua beleza e sensualidade sempre foram amplamente exploradas pelo cinema e pela mídia, sendo considerada o maior sexy simbol de toda a história, tanto que até hoje sua imagem é utilizada e ela é um dos ícones da cultura pop.

Marilyn viveu cercada por glamour, luxúria, ostentação, mas em seu íntimo não conseguiu alcançar a felicidade, tornou-se usuária de drogas, e foi tomada por uma depressão que a acompanhou até a morte.

Eu sou uma grande fã dessa mulher, não deve ter sido fácil carregar esse fardo, principalmente na época em questão. Ela é a prova de como esse culto a beleza e a objetificação da mulher são degradantes, como somos escravos dos padrões e também como somos assassinados por eles pouco a pouco. Temos que ter os dentes brancos,  alinhados, perfeitos, a pele sempre lisinha, hidratada, maquiada, ‘a depilação está em dia?’, sobrancelhas feitas, desenhadas, micropigmentadas, “cabelos com frizz? QUE DESLEIXO”, unhas feitas, perfumadas, quanto ao cérebro, não se preocupe, seu belo rosto, bunda empinada e peito durinho resolvem qualquer problema.  Só que não, pessoal, fizeram com que acreditássemos que a beleza era fundamental, mas a beleza sem conteúdo, sem amor próprio, sem sentido na vida leva sempre ao fundo do poço. Não estou dizendo que Monroe era burra, inclusive a considero uma das mulheres mais inteligentes, uma vez que estruturou muito bem sua carreira, foi atrás do que quis e conquistou, mas talvez o que falta mesmo para que nos sintamos bem não é nada além de amor-próprio, amizades sinceras e carinho verdadeiro.

Marilyn Monroe, muito mais que sexy simbol, ou inspiração para festas a fantasia, é uma grande lição de vida para todas nós.

Lívia Monteiro é escritora, produtora de eventos, especialista em gestão cultural e MBA em Gestão de Projetos com aprofundamentos em Dragon Dreaming, Facilitação de processos e Otimização do tempo. Adora falar sobre moda, filmes/séries, livros e viagens. Atualmente está em processo de criação de um novo projeto de autoconhecimento e crescimento com a AmaiLuz Terapias e atua como analista de Marketing Digital e blogueira Modacad.